sexta-feira, 11 de abril de 2014

Duvidas? Cap-10


A semana se passou e o Bruno realmente não voltou, ao menos não na minha casa, me chamar, falar comigo, mas na casa da Leo ele foi todos os dias, como eu sei? Todas as manhãs eu estava na janela, e o via, sempre com a esperança de que viesse falar comigo. Ficava me perguntando o porquê ele simplesmente se afastou de mim, e pensar nele assim estava ficando dolorido demais.

 No dia marcado o Tony voltou para casa, exatamente uma semana depois da sua viagem, eu pensei que ele voltaria mudado, sei lá, depois de um descanso ele provavelmente voltaria um pouco melhor, mas infelizmente não foi bem assim que as coisas aconteceram.

-Oi Tony!<o recepcionei com carinho>

-Não tem nada de bom!... Você acha que voltar para esta casa, e olhar para esta sua cara de acabada, e bom?

-Como foi de viagem?<ignorei o seu comentário>

-Acredite a pior parte foi voltar para casa!<me encarou>... Vai buscar as minhas malas!

Seguiu para o quarto deixando as suas malas no carro que estava estacionado na frente da casa, peguei as suas chaves e segui até ele, o desarmei e abri a parte de trás. Estava terminando de retirar a segunda mala quando ouvi um carro estacionando bem na frente do nosso carro, olhei para o lado e era o do Bruno, senti o meu coração ir à boca, só não sei se de medo, ou de... Saudades. Saudades dos seus olhos, e da atenção na qual ele me tratou, e medo do Tony acabar nos vendo se caso por ventura ele viesse falar comigo. Mesmo um pouco distante dele, senti o seu perfume vir até mim, fechei os olhos e o inalei calmante, sentindo uma paz estranha invadir o meu peito.

-Oi!

-Oi!<disse rapidamente pelo susto>

-Parece que vieram te destrancar!<sorriu, socorro como ele e lindo, mas eu não posso ficar de papo com ele, o Tony está em casa>

-Sim!<continuei a retirar a mala do carro>

-Deixa que eu te ajudo!<veio ate mim>

-NÃO!... Não precisa!<sorri nervosamente>

-Tudo bem!<disse meio assustando provavelmente pela minha reação>

-E que o meu marido voltou de viagem! <terminei de tirar a mala>... E ele e bem ciumento!

-Até eu seria!<sorriu>

-Como?<fechei o porta malas, e será que eu ouvi bem?>

-Se eu tivesse uma mulher tão linda como você, também teria ciúmes!<fiquei estática por alguns segundos, eu não acreditei no que ouvi>

-Desculpa, eu preciso entrar!<ignorei o seu comentário, ou ele bateu tão forte no meu peito que não consegui associá-lo>

                    

-Tudo bem!<me deu passagem>

Dei alguns passos carregando as malas, mas não me contive a minha curiosidade, e tive que perguntar.


-Bruno!

-Oi!<me encarou>

-Por que você não voltou mais?

-E uma longa historia!<me olhou com uma expressão confusa>... Desculpa, de verdade!


-Ta!... Tudo bem!

Dei as costas e entrei o mais rápido que pude, não queria nem imaginar se o Tony tivesse me visto conversando com o Bruno. Com certa dificuldade consegui colocar as malas na sala, senti as minhas pernas tremerem, e por um segundo parecia que iria enfartar de tão rápido que o meu coração estava batendo. 



Olhei o meu reflexo no vidro da janela, e nele vi algo que eu nem sabia que tinha mais, um sorriso, eu estava sorrindo, depois de anos, eu vi um sorriso nos meus lábios. “Se eu tivesse uma mulher tão linda como você, também teria ciúmes!” Acho que esta frase jamais sairia do meu coração, e o seu sorriso dos meus pensamentos.

-GABRIELLA!<o ouvi berrando do segundo andar>

-JÁ VOU!<respondi no mesmo tom>... Será que ele me viu?... A meu Deus não pode ser!

Subi as escadas com certa dificuldade, devido ao peso das malas. Assim que cheguei ao quarto ele estava no closet com uma toalha enrolada na cintura, com algumas gotas de água escorrendo pelo seu corpo definido. Acho que já disse isso, mas eu gosto de lembrar assim, saber que o Tony e um homem lindo, e era um marido incrível nos primeiros anos de união, e por que não amor. Sim, nos amávamos, ao menos eu o amava muito mais do que hoje, eu permaneço amando o meu marido, por que este e o meu papel como esposa, mas tenho que admitir que o meu amor por ele vem morrendo um pouco por dia,e eu não sei se tenho medo ou não dele acabar de vez.

-Não fica me olhando com esta cara de peixe morto!... Cadê a minha calça de moletom preta com listras laterais?                                                  

-Eu coloquei para lavar...

-Porra você teve a semana toda pra isso...

 Ele nem me deixou completar a frase, e já veio com um milhão de pedras nas mãos, eu ia dizer que a maquina não bateu a roupa direito, e eu tive que colocar para lavar normalmente. Enfim, o Tony estava de volta, e estava reclamando de absolutamente tudo, reclamou de como as suas roupas estavam no armário, de qual seria o jantar, até de algum possível resquício de poeira pela casa ele reclamou nos últimos dias. Eu fiz de tudo por ele, sempre fiz de tudo, e no final das contas a única coisa que recebi foram tapas não só em minha face, mas como na minha auto-estima. Levei e levo tapas dele e da vida, e até de mim mesma por estar aceitando esta situação, eu estava virando uma mulher amarga, sem amor a minha própria vida.


Lembro-me da mãe de uma amiga minha na época de escola, a Deyse, que disse a ela, e consecutivamente a mim, quando ela terminou com um namoradinho, que “Acima de qualquer coisa nós temos que nos amar primeiramente, cuidar do nosso coração, da nossa cabeça, estar de bem conosco, e acima de tudo, se sentir feliz”.

Feliz, bom sem duvidas este não e o sentimento que tenho agora, na realidade não chega nem perto. Tem dias que penso em fazer uma loucura, aumentar o tom com ele, xingá-lo, revidar as suas ofensas, ou simplesmente ir embora desta casa enquanto ele tivesse dormindo, mas para onde iria?

Isso martela na minha cabeça, antes de qualquer coisa eu preciso perder este medo, preciso parar de temer, e tentar ser feliz acima de qualquer coisa. 

Sabe quando eu resolvi isso? Agora depois da ultima surra que acabei de levar por não ter passado a sua camisa, mas eu tinha que lavar a louça, colocar roupas na máquina para lavar, e ainda fazer o jantar, eu sou uma só, já se faziam mais de duas semanas que ele tinha voltado da viagem, e todos os dias eram desculpas diferentes para brigarmos.

Flashback on

-POR QUE NÃO COLOCOU A PORRA DA ROUPA PARA LAVAR MAIS CEDO?

-Por que estava fazendo faxina na casa...

-VOCÊ SEMPRE TEM A MERDA DE UMA DESCULPA PARA ME DAR!<senti um tapa forte no 
meu braço, me fazendo apoiar no fogão e queimar três dos meus dedos>

-DROGA!<disse alto devido à dor que senti>

-O QUE VOCÊ FALOU SUA DESGRAÇADA?<ele estalou a sua mão em meu rosto>

-Não foi com você, eu queimei os meus dedos!


-SUA MENTIROSA!... EU SEI QUE VOCÊ ME EXCOMUNGA, SUA DESGRAÇADA!<dizia enquanto me batia na cozinha>... MALDITA FOI À HORA EM QUE ME CASEI COM VOCÊ!... SABE QUAL É A MINHA VONTADE?...  TE EXPULSAR DE CASA, TE LARGAR NA RUA E VER VOCÊ DEFINHANDO...

-Não, por favor!<supliquei mediante as suas palavras>

-Sabe o que você é?<segurou no meu queixo com força>

-Não!

-Uma infeliz, eu tenho nojo de você!<se levantou e seguiu até a porta da cozinha>            

-Por que você não me manda de volta para o Brasil?

-Você quer voltar para o Brasil?<me encarou irônico e sorriu>

-Quero!<disse quase inaudível>

-Repete vagabunda, eu não ouvi!<se aproximou rapidamente>

-QUEROOO!                 

Flashback of

A última coisa que me lembro foi de um soco que levei no rosto, e agora estou aqui no banheiro que e o meu melhor amigo, se o box falasse acho que choraria comigo todas as noites.

A única coisa que doía mais do que os meus machucados, era a minha alma, os meus sentimentos, o meu coração. Ele poderia ser forte às vezes, mas quando estava só, sozinha tendo apenas os maus pensamentos, e sentimentos, ele se tornava fraco, um verdadeiro fracote partido ao meio. Às vezes dói tanto que não sei como consigo conviver assim, não sei da onde tiro estomago para enfrentar cada dia da minha vida.


Enquanto a água morna escorria pelos meus ombros, levando um pouco da tensão do meu corpo, fazendo com que os meus ferimentos ardessem, acho que eles doem menos do que o meu coração. Pensei em tudo o que passei até aqui, em todas as surras, ameaças, a humilhação de não poder sair sozinha, de não poder me cuidar, de não poder ver ou se quer falar com a minha família.

Pensei no Tony e no quanto ele mudou de uma hora para outra, em quanto não amávamos à alguns anos atrás, e o quanto eu o amo, ou acho que amo, talvez eu seja dependente dele. A idade esta batendo em minha porta, e eu sinto que posso não chegar a ver a minha felicidade. Analisei a minha vida e vi como eu mudei, e de quanto eu posso mudar daqui pra frente quanto a esta magoa, e este sentimento ruim que estou sentindo perante ele. Foi impossível deixar de pensar nele, Bruno, um homem lindo, de olhos amendoados, que me tratou com carinho em meio a toda a ignorância que recebo ultimamente, me senti... Segura com ele.

Terminei o meu banho em meio a pensamentos, somente pensamentos confusos, e com algumas decisões na cabeça. Decidida de que tentaria fazer de tudo por mim, prometi para mim mesma de que faria de tudo para resolver esta situação, a única coisa que eu queria era parar de ser agredida.

++++++

Acordei no meio da noite com um pensamento estranho na cabeça depois de um sonho, mas infelizmente eu fiz força, e não consegui me lembrar de muita coisa depois. Me levantei fui até a cozinha tomei um copo d’água, tentei colocar a minha cabeça para funcionar, mas infelizmente nada aconteceu.

-Agora eu sei como é ruim esquecer alguma coisa importante!<disse a mim mesma entre um gole e outro de água>

Sem ter êxito com os pensamentos forçados, eu decidi voltar para cama, não queria desistir de tentar reaver esta ideia, eu precisava arrumar um jeito de tentar mudar a minha vida, retirá-la deste buraco em que ela se enfiou. Fechei os olhos, e sem nenhuma dificuldade devido ao meu casaco físico e mental, logo me entreguei ao sono.

Não sei por quanto tempo eu dormi, não se foi por uma ou duas horas, mas poderia jurar que foi por míseros minutos. Só sei que fui acordada pelo mesmo sonho, pelo mesmo pensamento que agora era mais do que claro na minha cabeça,e eu sei que mesmo correndo riscos de ele se exceder ainda mais desta vez, eu precisava arriscar, eu precisava tentar, não poderia ficar só olhando a minha vida passar.

Tomada por uma onda de coragem, não sei se pelo sonho, que me parecia ser o último fio de esperança, ou por já estar cansada de sofrer nas mãos dele por todo este tempo, enfim, resolvi tomar uma atitude. Algumas noites atrás eu fiz a loucura de sorrateiramente segui-lo pela casa e acabei vendo onde ele escondia as chaves de casa, que era em uma escrivaninha em seu escritório, por um lado estava com medo dele me pegar o observado, mas por outro lado, eu precisava olhar, precisava tomar uma atitude, por mim mesma.

Me levantei da cama lentamente e desci novamente as escadas, segui até o escritório, e revirei a sua gaveta, tomando cuidado para não retirar muitas coisas do lugar. Em uma de suas gavetas que abri, dei de cara com o seu chaveiro, respirei aliviada, e a peguei rapidamente a prensando em meu peito, sorri em meio algumas lágrimas, agora eu só precisava dar um jeito de conseguir a cópia desta chave sem que ele note.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Será? Cap-09

Aquela mulher parecia um anjo de tão linda parada naquela janela. Ele se moveu repentinamente, e um gesto delicado, parecia que ela iria sair da janela, mas antes que ela fizesse isso, eu gesticulei chamando a sua atenção para mim, e quando ela me olhou eu disse ainda com gestos que queria falar com ela. Ela me olhou parecendo confusa, e balançou a cabeça em um gesto negativo, mas eu não poderia deixar esta oportunidade passar, eu precisava muito falar com aquela mulher.
Juntei as mão paralelas ao rosto em forma de prece, ela respirou fundo e espalmou a mão no ar em um pedindo que eu a aguardasse.

Deve ter se passado uns 5 minutos no máximo, mas foram os minutos mais tensos da minha vida.

-Oi!<ouvi a sua voz suave ao longe>

-Cadê você?

-Shiiii!!... Estou aqui na janela da cozinha!

-Na janela?<disse indo ao seu encontro>... Mas por que a janela, por que não veio ao quintal?<sorri ao ver os seus lindos olhos através da janela não muito grande>

-E que o meu marido viajou, e eu fiquei trancada!

-Ele viajou e te deixou trancada?

Ela ficou quieta, parecia estar distante, com o olhar triste e sombrio, daria qualquer coisa para saber o que ela estaria pensando agora.

-Não claro que não!<disse rapidamente depois de alguns segundos>...E que eu acabei perdendo a chave na rua, esqueci de comentar, ele acabou saindo e me trancando sem saber!

-Nossa mas que loucura!... Só um minuto, eu vou ligar para um chaveiro amigo meu, e ele te destranca em minutos!... Ele e o cara, sempre me destranca quando chego em casa tarde, e perco a chave!<sorri pegando o celular>

-NÃO!... Não precisa, eu... Eu... E... Já chamei!... É eu já chamei um chaveiro, ele deve estar chegando, não precisa se incomodar comigo!

-Tudo bem, eu fico aqui com você ate ele chegar!<sorri para ela>

-Imagina não precisa, não quero te atrapalhar...

-Você não me atrapalha em nada, muito pelo contrario...

-Bruno!... Ei cara cadê você?

-Droga!<balbuciei>

-O que houve?

-O Kenji esta me chamando!<a encarei>

-Nossa você ouve muito bem, eu não ouvi nada!

-Cantor tem que ter um bom ouvido!<sorrimos>... Estou aqui Kenji!<me distanciei um pouco da janela>

-A sim!... Oi vizinha!

-Oi, tudo bem?<sorriu para ele, nossa aquele sorriso, ele era tão lindo>


-Nossa e estranho falar assim!<sorriu>... Parece que estou falando com uma detenta!

-Kenji!<chamei a sua atenção

-Desculpa!... Então, vamos antes que nos atrasemos?... Temos uma reunião importante hoje, não podemos dar mole com o cara!

-Olha, toma a chave do meu carro, vai na frente que eu vou ficar...

-Não!... Já disse que não precisa, eu vou ficar bem!

-Esta acontecendo algo?

-Não, esta tudo bem, e o seu amigo que esta preocupado demais!

-Você tem certeza?<me virei para ela olhando em seus olhos>

-Tenho sim Bruno!

-Você lembra do meu nome?... E que você disse que não ouviu...

-Claro que sim!... Jamais esqueceria o nome do homem que me defendeu, sem nem mesmo me conhecer!

-Faria novamente sem pensar duas vezes!

-Bruno!

-Já vou Kenji!<disse rispidamente e ela sorriu>

-Vai Bruno, não quero que se prejudique em nada por mim!

-Eu vou, mas volto mais tarde para ver se o cara já veio te retirar daí!

-Não precisa eu...

-Faço questão!... Mais tarde eu volto!<encostei e beijei os seus dedos que estavam segurando firmemente na janela>... Eu volto!

Olhei para o Kenji que me aguardava com uma cara não muito boa. Seguimos para o carro, e se antes eu já pensava nela, agora eu tenho certeza que ela não sairá dos meus pensamentos. Aquele sorriso, aqueles lábios, aquela voz suave, em um tom baixo que a deixava sexy. Parecia que estava hipnotizado por ela.

-Acho melhor você parar por aqui!<disse já dentro do carro>

-Do que você esta falando?<perguntei já sabendo a resposta>

-Oras Bruno, de você estar obcecado pela Gabriella!... Ela e casada, e o marido dela não e nada passivo!<sai com o carro>

-Eu sei, e acredite este e o único motivo de eu não ter me aproximado ainda mais dela!... Eu tenho receio dele acabar agredindo ela verbalmente por algum motivo, ainda mais se fosse por minha causa!... Ele parece ser impulsivo demais!

-Sinceramente meu amigo!... Eu acho que ele bate nela!

-Que isso Kenji, claro que não!... Ele parece ser grosseiro, mas chegar a bater nela, acho um pouco demais!

-Não sei Bruno, já ouvi a sua voz algumas vezes durante a madrugada, pedindo para que ele parasse com algo!... Mas não entendi muito bem!

-A cara você e homem, vai me dizer que nunca foi um pouco mais forte com a sua mulher na hora do... Você sabe!<sorrimos>

                             

-Definitivamente você não presta Bruno!

-Estou mentindo?<sorrimos>

Trocamos de assunto enquanto seguíamos para o estúdio, confesso que a sua suspeita dele bater nela ficou martelando na minha cabeça, mas eu acho que ele não e tão maluco a este ponto. A Gabriella e uma mulher linda, as duas únicas vezes que a vi foi impossível não reparar em um mulher daquelas, se ele fizesse algo parecido com isso a ela, nossa, eu não quero nem pensar, ele deve ser um idiota.

Mas eu acho que não chega a isso, ele deve tratá-la com o maior carinho do mundo, afinal parece que ela o ama muito, e o respeita demais, pois nem vir falar comigo direito ela veio. Bom se ela e feliz com o marido quem sou eu para ficar me metendo em um relacionamento tão perfeito.

Depois de mais alguns minutos chegamos no estúdio, todo mundo já estava la nos esperando, menos os produtores da gravadora, sorte a nossa.

-Kenji!<segurei em seu ombro enquanto seguíamos para a ilha de edição>

-Não me toca assim por que eu to carente, preciso da minha mulher de volta!

-Acredite você não faz o meu tipo!<sorrimos>... Eu prefiro um moreno alto careca... <disse ao ver o Phil passar do nosso lado, adoro implicar com ele>

-Nem vem estou em greve!<sorrimos>

-Fala cara, já ate sei sobre o que é, ou quem é!

-Ta que bom, me poupa tempo!... Por que você acha que ele bate nela?

-Já te disse cara, eu ouvi uma vez ela pedindo...

-Ta esta parte eu entendi!... Mas só por isso?

-Olha uma mulher geralmente não vive presa dentro de casa, ainda mais uma mulher tão bonita quanto ela!... Mas ela vive se escondendo de todo mundo!

-Como assim se escondendo?

Ele me contou que uma vez estava no quintal cuidando da piscina, ela apareceu na lavanderia na parte de trás da casa, e quando ele foi cumprimentá-la, viu que ela estava com um olho roxo, ele perguntou se ela estava bem, mas ela desconversou dizendo que precisava entrar para fazer o jantar.

Eu disse que tinha achado estranha a sua atitude de não me receber normalmente para conversar cara a cara, ao invés de ser pela janela da cozinha. Eu disse a ele que ela me contou que estava presa por ela ter perdido a chave de casa, o marido saiu e a deixou trancada sem querer.

-Sinceramente, eu acho que ele a deixou presa de propósito!

-Você acha que ele seria capaz disso?<o encarei cético cruzando os braços na altura do peito>

-Depois daquele dia da briga, eu acho que ele e capaz de muito coisa!... Mas também acho que isso não e da sua conta meu amigo, você deveria deixar esta mulher viver a vida dela!

-Mas e se ele bater nela como você disse?... Eu não posso só ver!... E nem você deveria...

-E mesmo?... E o que faríamos?... Você chegaria na casa dela em cima de um cavalo branco para salva-la?... Acorda, ela não e a princesa trancada no alto do castelo, e você não e um príncipe encantado!<disse e simplesmente saiu>

Fiquei por uns minutos parado pensando em tudo o que o Kenji falou, e ele tinha razão, eu não deveria me meter na vida de ninguém, principalmente dela, se eles estão juntos, e por que se amam, o que eu estou fazendo? Preciso tirar esta mulher da minha cabeça urgentemente.


* Gaby *


Estava distraída olhando para o tempo, e me lamentando pelo fato de ter fraquejando mais uma vez, deixado ele me trancar aqui, na realidade foi o seu beijo, ele me beijou com tanto amor, com tanto sentimento, que me deixou extremamente confusa, tinha esperança de que ele voltasse a me amar.

Decidi ir para o banheiro tomar um banho e tentar relaxar um pouco, afinal terei uns dias sem tensão.

Olhei pela janela do banheiro, e vi uma nuvem carregada vindo de muito longe, eu amava dias chuvosos, eram tão... Lindos, me faziam bem, me traziam paz.

 Me aproximei da janela me escorando na soleira, em uma fração de segundos olhei para baixo, e me deparei com ele parado olhando para mim, senti um frio atravessar a minha espinha, o meu coração acelerou, as minhas mão tremeram, na realidade todo o meu corpo tremeu. Mesmo de longe eu conseguia enxergar os seu lindos olhos, ou eles ainda estavam gravados na minha memória, na realidade e um pouco confuso tudo o que sinto quando olho para ele, e semelhante ao que sentia quando... Olhava para o Tony.

Eu não poderia ficar na janela por muito tempo, principalmente olhando para outro homem, e se ele pediu para alguém da vizinhança tomar conta de mim? Não posso dar chance para o azar. Eu desviei por um segundo o meu olhar do seu, e ia saindo da janela, e em um gesto quase que me implorando para que ficasse, em seguida ainda com gestos, disse que queria falar algo comigo. Eu tomei uma decisão da qual poderia me arrepender profundamente.

Pedi que ele me esperasse, me olhei no espelho, o meu olho ainda estava marcado pela ultima surra que levei dele. Passei um pouco de corretivo no olhos, e coloquei uma blusa de gola alta por causa de alguns hematomas no pescoço.

Desci as escadas apressadamente, estava ansiosa para vê-lo de mais perto, mesmo sendo pela janela, não tinha outra opção, eu estava trancada dentro de casa.

O chamei e trocamos algumas palavras, ele quase me pegou quando perguntou se o Tony tinha saído e me deixado trancada. Sinceramente!Eu quase gritei que sim, que eu estava trancada, triste, que eu apanhava quase que diariamente, que eu precisava de ajuda. Mas infelizmente eu não poderia fazer isso, afinal, o que eu conhecia dele? Nada, mal sabia que se chamava Bruno, e que tinha os olhos mais lindos, e amorosos que eu já vi na vida. Mas isso o Tony também “tinha” e olha no que ele se tornou, quem me garante que ele não e igual?


Quando ele foi embora prometendo que voltaria para ver se o “Chaveiro” que eu supostamente tinha chamado teria vindo me destrancar, eu senti um misto de expectativa com medo. Expectativa por vê-lo novamente, e medo de o que eu falaria para ele já que não tinha chamado ninguém para me destrancar.

A tarde passou, a noite caiu e ele não apareceu, me senti ainda mais sozinha e esquecida por todos, a minha sina e realmente ficar aqui presa nesta casa, sem ter para aonde ir, apanhando quase que diariamente, e sonhando com a expectativa do Tony voltar a se ao menos 50% do que ele era quando nos casamos.

Segura de que ele não apareceria mais, decidi não esperar. Segui para o banheiro, tomei um banho, e antes de sair ainda enrolada no roupão dei mais uma olhada para a janela, e vi o marido da Eleonora chegar em um carro, acho que o mesmo no qual ele saiu pela manha, olhei bem e sim, era ele, um sorriso espontâneo brotou nos meus lábios, mas este sorriso logo se desfez quando o Bruno simplesmente foi embora. Abaixei a cabeça, e segui para o meu quarto, tirei o roupão e me olhei no espelho, em nada me lembrava a Gabriella de antes, estava mais magra apática, com olheiras, com o cabelo horrível. Enfim, a minha vida tinha ido embora ao lado dele. Senti as lagrimas tomarem conta do meu rosto, senti elas escorrendo pelo meu corpo e se perdendo no meu peito, se perdendo como o meu coração se perdia a cada dia que tinha que acordar, e me deparar com esta casa, com as suas coisas, e as lembranças de uma vida cheia de lagrimas, e insegurança.



quinta-feira, 6 de março de 2014

Confusa! Cap-08

++++++

Depois deste dia tudo piorou ainda mais, nem ir ao mercado mais eu pude, ele aumentou a marcação em cima de mim, e ate para cuidar do jardim tinha hora certa. Eu nunca mais vi o Bruno, e talvez tenha sido melhor assim, eu confesso que me senti estranha quando ele me defendeu, me senti “segura” coisa que eu não me sentia mais a anos. A uns meses atrás eu ate o vi na casa da Eleonora através da janela do banheiro do meu quarto, mas cuidei não deixá-lo me ver, mas fiquei por alguns minutos recostada na parede ouvindo a sua voz.

Um ano se passou desde o ocorrido, eu continuei apanhando, sendo humilhada, e por varias vezes senti vontade de realizar o meu sonho, mas infelizmente me faltou coragem.

Hoje como sempre acordei cedo fiz o seu café da manha, e como sempre ele foi frio e grosso comigo, acho que a minha vida e ser assim prisioneira do meu próprio medo.

-Gabby!<sentou-se a mesa>... Você tem 10 minutos para arrumar as minhas malas!... Eu vou viajar, o meu vôo sai em trinta minutos, o aeroporto e longe então, e melhor você se apressar!<disse tomando um gole de suco calmamente>

-Tony por que você não me avisou ontem?... Eu teria mais tempo para arrumar tudo...

-Eu estou pouco me lixando para você Gabriella, quero as minhas malas prontas em 10 minutos!... Corre esta perdendo um tempo precioso!

Fui praticamente correndo para o quarto, peguei a sua mala e comecei a arrumar as suas coisas correndo dentro dela, eu dobrava as suas roupas sentindo o seu perfume tomar conta do quarto, ao mesmo tempo em que eu o odiava por me tratar tão mau, o amava pelo homem que ele era antes, definitivamente, acho que estou presa ao passado, e não consigo enxergar o meu presente.

Estava terminando de arrumar tudo quando ouço a sua voz alertar-me que so tinha mais 3 minutos, ele estava praticamente contando os segundos, isso e brincadeira. Depois de mais ou menos um minuto, estava com as suas duas malas prontas, que estavam bem pesadas de certa forma, desci com tudo pronto, ele estava sentado no sofá e não vou mentir, ele estava... Muito lindo.

-Anda sua imbecil, vai ficar ai me olhando?... Eu preciso ir!<ele esta lindo, mas continua um babaca completo>

-Será que você poderia me ajudar?

-Mas e claro<deu dois passos a frente>... Que não!<seguiu para a porta da cozinha que dava na garagem>

-Mas elas estão pesadas...

-Se vira você tem que aprender a fazer isso!<Deu as costas novamente e seguiu o seu caminho>

Fiquei paralisada por uns segundos olhando ele se distanciar se realmente me ajudar com as malas, respirei fundo, e as peguei uma em cada mão e o segui. Antonny não moveu um músculo de seu corpo para me ajudar, ele apenas olhou atentamente cada movimento que fazia na intenção de colocar as malas no carro.

Depois de tudo organizado dentro do carro, ele me pegou pelo braço, e ainda sem dizer nenhuma palavra, ele me levou, ou melhor me arrastou para dentro de casa, como um saco de qualquer coisa.

-Tony!... Tony!... Esta me machucando Tony!<disse enquanto era arrastada sala adentro>

-Eu te quero dentro de casa, esta me ouvindo?<disse cerrando os olhos>... Se você pensar em colocar os pés fora de casa, eu vou saber, e acredite você ficara sem eles!

        

Senti o meu corpo se arrepiar, ele conseguia me deixar tremendo de medo, os seus olhos eram rudes, e penetravam nos meus dominando cada centímetro do meu corpo.

A sua expressão foi relaxando, ele me olhava um pouco mais passivamente agora, os seus olhos azuis profundos, voltavam a um azul céu, me passando uma certa calma, senti o meu corpo se desarmar momentaneamente, a sua mão que outrora me apertava com brutalidade, agora estava menos agressiva em volta do meu braço, senti a sua outra repousando em minha cintura me puxando contra si, os seus lábios se aproximaram do meu me surpreendendo com um beijo calmo, o mesmo beijo que ele me deu no dia em que nos casamos, um beijo que fez o meu corpo se desarmar por completo, e se entregar a esta Tony, o Tony em que eu conheci a 5 anos atrás, o Tony que eu amei, e que prometeu me fazer feliz.

        

Nossos lábios de desvencilharam calmamente, senti o sabor dos seus lábios, o sabor de antes, senti que la no fundo ele ainda me amava, e só estamos passando por uma fase, ele ainda e o mesmo de antes.

Ele me olhou nos olhos e simplesmente deu as costas, com as chaves em mãos ele chegou a acomodá-las em cima da estante da sala, mas logo as recolheu.

-Você ainda não merece esta confiança!<as pegou novamente e saiu de casa trancando a porta>

Eu senti todo aquele alivio se dissipando, não por completo, por que depois daquele beijo e impossível não sentir um fio de esperança, mas confesso que a sensação de ficar tantos dias trancada em casa não e muito agradável, e se acontecesse algo? Se a casa pegasse fogo? Tudo pode acontecer.


* Bruno *


Um ano havia se passado desde aquela confusão na casa do Kenji, aquela mulher mexer u comigo, eu queria muito ter protegido ela, mas não poderia me envolver, ela é casada, e deve saber perfeitamente o por que ainda esta com ele, já que a tratava tão mal. Talvez ele nem fosse tão grosso quanto aparentava, e só estivesse nervoso demais naquele dia. Eu so sei que mesmo depois de todo este tempo, ela não saiu da minha cabeça, os seus olhos estão aonde eu vou, o seu perfume natural, a sua pele macia, lembro-me do dia em que a vi pela primeira vez no mercado, quando toquei em sua pele, e em seu corpo pela primeira vez.

Por algumas vezes durante este ano, fui a casa do kenji, e confesso que em algumas delas, foram meras desculpas para ver se conseguia vê-la por uns breves minutos se quer, e acabei vedo ela algumas vezes, pela janela, mas vi o seu rosto, que sempre estava triste, e ate meio depressivo as vezes.

A uns 6 meses atrás, a Eleonora me disse que assim que eles se mudaram, ela era reservada, mas não como agora, que antes ela ia ao jardim cuidava das flores, e ate conversavam, mas que agora ela esta muito mais restrita do que antes. Enfim, so sei que todas as vezes que a via mesmo que fosse por uma fração de segundos, o meu coração acelerava um pouco mais, isso estava me deixando um pouco confuso, então resolvi me afastar dela, e da casa do kenji.

                      

Hoje eu estou aqui muito bem acompanhado, e resolvi assumir um novo relacionamento... O meu querido e belo sofá, nos assumimos o nosso relacionamento no ultimo mês. (Brincadeiras a parte) Eu estava de férias, resolvi tirar uns dias só pra mim, e como já viajo o mundo inteiro, decidi ficar uns tempos em casa. Mas como tudo o que e bom dura pouco, hoje como todos os dias estou indo para o estúdio, e como agora virou rotina, eu tenho que ir na casa do kenji para buscá-lo, pelo que entendi ele emprestou ao carro para a mulher dele viajar, acho que foi ver a mãe se não me engano. Eu acabei me prontificando a vir buscá-lo todos os dias em casa e aproveito para ver se consigo vê-la mesmo de relance, queria muito poder conversar com ela, e sei-la me aproximar mais dela, mas o kenji disse que o cara e muito invocado, e que a esposa dele disse que ele e muito ciumento, e eu não quero arrumar problemas desnecessários para ela, por isso me conformo em vê-la de relance apenas.

-E ae Brow, entra cara!<disse praticamente me empurrando>

-Ok, não precisa empurrar!<sorrimos>

-Foi mal cara, mas acordei atrasado, ainda não me acostumei em estar aqui sem a Leo!

-Esta tudo bem, eu espero!

O silencio invadiu a sala assim que ele se foi corredor adentro. Eu me levantei e fiz o mesmo percurso, parei rente a sua porta, sem me colocar a sua frente não queria invadir a sua privacidade.

-E ai, tem noticias dela Kenji?

-Da Leo?

-Não ne!... Da Gabriella?

-Bruno, você acha que eu vou ficar olhando pela janela?... Cara eu tenho a minha mulher para cuidar, amar, e o resto você sabe...

-OK, sem detalhes!

-E outra, não estou a fim de apanhar por ficar olhando para a mulher dos outros!... A Leo acaba comigo! <sorrimos>

-Ta certo!... E por falar nela, quando ela volta?

-Esta muito interessado nela cara?<perguntou ignorando completamente a minha pergunta anterior>

-Eu so estou preocupado sei la!... Ela me pareceu tão indefesa naquele dia!... So queria saber como ela estava!

-Olha, eu acho que o marido dela viajou, ao menos foi isso que a Leo me disse a uns dias atrás antes dela viajar!<disse colocando a camisa>... A Leo me disse que o marido dela pediu para que ela ficasse de olho na esposa, se caso ela precisasse de algo, mas como a Leo também viajou...

Nem esperei ele terminar de falar, sai da sua casa e segui pelo jardim lateral aonde a vi pela ultima vez. Olhei algumas janelas e nada dela, foi ate a frente da casa, lógico a do kenji, não queria que os vizinhos achassem que eu estava vigiando a casa e chamassem a policia. Olhei pelas janelas da frente e nada também, resolvi entrar novamente, fazendo o mesmo caminho, olhei para o alto e parei instantaneamente ao ver o seu rosto por uma das janelas do segundo andar, ela estava recostada na soleira da janela parecia distraída com algo, parecia estar com os pensamentos longe, estava tão... Linda.


Por um segundo ela pareceu despertar dos seus pensamentos, e olhou em minha direção espontaneamente, pareceu ficar tão paralisada como eu estava naquele momento, os seus olhos sorriram antes mesmo dos seus lábios, foi impossível conter o meu ao ver os seus olhos mais uma vez.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Até que a morte nos separe... Cap-07

Comecei a me despir para tomar o meu banho, queria fazer o possível para demorar o máximo que pudesse no banho, mas sei que seria pior, pois só o deixaria ainda mais irritado comigo.Entrei no Box e liguei o chuveiro, deixando água morna cair no meu corpo, estava com dor no corpo, e estava com algumas feridas no ombro, no ante braço e com o olhos arroxeado, cada jato de água que caia sobre a minha pele era uma dor diferente, mas nada doía mais do que a dor da minha covardia, eu tinha medo dele, morria de medo e eu não me imaginava enfrentando ele, sei que se fizesse isso seria pior.

-Está fazendo hora para ver se vou dormir vadia?<disse me surpreendendo no banheiro>

-Claro que não Tony, e que esta ardendo muito e...

-Olha a minha cara de preocupação!... Se você não sair daí em cinco minutos, eu volto e você será minha aqui mesmo!<deu as costas e saiu batendo a porta>

Me apressei um pouco mais no banho, mesmo estando com raiva, com medo, eu não poderia fugir dele, seria pior ainda pra mim. Terminei o meu banho, me enrolei na toalha e sai do banheiro, ele estava deitando na cama com os braços em baixo da cabeça, senti o meu corpo tremer por inteiro, sabia que ele iria me machucar de novo.

Ele me olhou e se levantou vindo em minha direção, engoli a saliva que desceu como um pedaço de cacto espetando a minha garganta, acho que o medo exalava pelos meus poros, ele era bruto até no sexo, eu acho que nunca fiz amor na minha vida, eu não sei o que e ser tratada com carinho, talvez nos primeiros meses de casamento que ele ainda era o Tony que me apaixonei, mas hoje, eu não sinto mais nada além de dor.

-Mas que porra é está sangrando, não se limpou direito?

-Eu me limpei, mas é que este foi mais fundo, acho que precisarei levar pontos...

-Se você falar de novo, vai precisar levar pontos na cara!... Vai colocar uma bandagem nesta merda!

Me pegou fortemente pelo braço me levando de volta ao banheiro, abriu a gaveta em baixo da pia e revirou as coisas ate achar uma maletinha de curativos. Ainda me segurando pelo braço retornamos para o quarto, ele me colocou sentada na cama e colou algo extremamente ardido, senti como se o meu corpo estivesse sendo espetado por varias agulhas.

Ele colocou uma bandagem, recolheu tudo e colocou no criado mudo ao lado da cama, me pegou pelo braço novamente me fazendo levantar ficando de frente para ele, colocou a mão na minha toalha e a retirou brutalmente deixando o meu corpo completamente exposto, os meus olhos arderam imediatamente, senti as lágrimas quererem cair, mas eu as segurei como sempre as segurava, isso para mim já não era mais prazeroso, não era bom, pois eu sempre saia machucada com dores, e as vezes não conseguia nem me sentar direito, pois ele exigia que eu fosse dele de todas as formas, e isso era humilhante para mim.

Agora parada olhando dentro dos seus olhos, a minha vontade era de descer até a cozinha pegar uma faca e acabar com este sofrimento, se não acabasse com ele, acabaria comigo mesma, mas infelizmente a coragem não era a minha companheira.

Senti a sua boca tocar os meus lábios ferozmente como sempre, com mordidas fortes a ponto de me tirar sangue as vezes, parece que me machucar o deixava bem, feliz, excitado, definitivamente ele não era normal. Ele retirou a sua blusa, a sua bermuda seguida de sua Box, eu apenas fechei os olhos e esperei ele fazer o que quisesse fazer.

Senti as suas mão me levarem até a cama praticamente me jogando contra a mesma, senti o seu corpo sobre o meu e em seguida como sempre me invadindo com brutalidade, ele tinha um ritmo forte que me proporcionava muita dor, todo o meu corpo ardia, e doía ainda mais. Ele bufava de cansaço de tão forte que fazia, eu queria gritar de dor, mas as minhas mãos tampavam a minha boca me impedindo de gritar, e apenas murmurar, que eu tenho certeza que ele achava que eram gemidos de prazer só pode.

Ele sempre me batia durante as relações sexuais, mas desta vez acho que o seu ódio era maior do que o normal, acho não, tenho certeza. Senti a sua mão em minha garganta, coloquei as minhas mão em seu pulso, senti do que ele poderia fazer comigo, as suas investidas só aumentavam, ele parecia um animal em cima do meu corpo. Até então a sua mão se estava no meu pescoço, mas parece que conforme  o seu ápice se aproximava ele a apertava mais em volta do meu pescoço, senti a minha traquéia se fechar, o meu ar ficar escasso, eu tentava falar, mas a minha voz já não saia mais. Sentia os seus movimentos ficarem sem controle, e um ardor enorme tomar o meu corpo por inteiro, o meu ar não estavam chegando ao lugar certo, a minha cabeça começou a doer, e tentei puxar o ar de alguma forma, mas ele não vinha, ele não chegava nos meus pulmões, comecei a tossir a procurar de resquício de ar, mas nada acontecia, os meus olhos começaram a lacrimejar, e quando senti que iria desfalecer ele me soltou caindo ao meu lado completamente satisfeito, e eu quase morta.

Coloquei a mão na garganta puxando o ar com pressa e profundamente tentando fazer com que a minha respiração voltasse ao normal, me virei de lado na cama, encolhendo o meu corpo completamente dolorido ter espasmos de dor e desconforto, eu queria me levantar, mas não conseguia, parecia que todos os ossos do meu corpo estavam quebrados. Senti os seus pés se posicionarem nas minhas costas me empurrando, cai no chão sentindo o meu corpo bater brutamente e fazendo um alto barulho ao se chocar com o mesmo.

-Troque estes lençóis, eles estão ensangüentados!<disse parando ao meu lado>... Vou tomar banho e quando voltar quero tudo isso limpo!

Eu o encarei seriamente, mas ele já tinha se virado, acho que se ele tivesse tinha quebrado todos os meus dentes. Me levantei com muita dificuldade, a dor era enorme, e me deixava desnorteada. 

Coloquei a mão na cama e vi que estava tudo sujo, mas não era na altura do meu ombro, e sim dos meus quadris, coloquei a mão entre as pernas e constatei que desta vez ele tinha me machucado ainda mais.

Troquei todos os lençóis assim como ele havia me pedido, os peguei e desci para a lavanderia colocando apenas um roupão por cima do meu corpo. Quando estava voltando para o quarto, passei pela cozinha e vi algumas facas em cima da bancada, me aproximei delas e as encarei, confesso que já estava me sentindo maluca, eu queria fazer aquilo, a minha vontade era pegar uma delas e acertar no meio do seu peito sem pena e nem dor. Peguei uma das facas, passando o polegar em sua lamina conferindo o seu fio, se estava bem afiada, se eu fosse fazer isso, deveria ser de uma vez.

-Não, você não pode fazer isso!<disse a mim mesma colocando a faca no lugar>... Mas por que não, se ele pode fazer comigo, eu tenho que sofrer calada?<coloquei as mão na bancada>... Eu preciso colocar um ponto final nisso!<peguei a faca novamente>... Ele vai pagar por cada gota de sangue me fez perder hoje!

Coloquei a faca escondida dentro do meu roupão e segui para o quarto, entrei vagarosamente e ele já estava esparramado na cama, me aproximei da mesma e senti o meu corpo se arrepiar, ao mesmo que eu queria fazer, eu sentia medo, e se eu acabasse errando ou não fizesse certo, e ele acabasse revidando e me matando, ele era mais alto, mais forte, mais ruim e mais violento do que eu, se eu não fizer direito ele me mata. Segui para o banheiro e fechei a porta, coloquei a faca na pia, retirei o roupão que já estava todo sujo de sangue, entrei no Box e constatei de o sangramento já tinha cessado, se tivesse continuado, sem dúvidas teria que ir ao hospital. Tomei um banho, deixei a cortina do Box aberta, e a todo momento eu olhava para a faca, e parecia que estava traçando uma dura batalha entre o bem e o mau dentro de mim.

Terminei de me vestir, peguei a faca da bancada, e antes de sair me olhei no espelho, vi cara arranhão, machucado e cada área roxa no meu rosto, pensei no dia do meu casamento que jurei amor eterno a ele prometendo amá-lo, e respeitá-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias de minha vida, ate a morte nos separe. MORTE esta palavra gritou dentro de mim, como eu queria matá-lo agora, como eu queria ter coragem... Coragem.

Sai do quarto com a faca na mão segui até a cama rapidamente, ficando de frente para ele, e neste momento eu não vi mais nada, apenas enfiei a faca com todas as minhas forças em seu corpo de olhos completamente arregalados, queria vê-lo sofrer sentir dor como eu senti durante todos estes anos. Eu só ouvia ele gemer e os pingos de sangue tocando o meu rosto, estava feliz? Sim, estava, estava me livrando deste mal que assola a minha vida. Continuei o esfaqueando até não sentir mais nenhum movimento seu, até não ver mais nenhum resquício de vida em seus olhos que permaneceram abertos. Dei a última facada enterrando ela no meio do seu peito, e fiquei ali o olhando sangrar sem um pingo de remorso no peito...

Abri os olhos rapidamente, estava deitada ao seu lado, que dormia tranquilamente, coloquei a mão em baixo do meu travesseiro, e a faca estava lá, pronta para ser usada, mas minha coragem ao contrario dela, ainda não estava pronta. Me virei brevemente olhando para ele, e pensei: “Como um homem tão lindo pode virar este mostro sem coração que é hoje”.


Me virei novamente e tentei pegar no sono em meio as minhas dores, acho que nunca tinha ido dormir tão dolorida como hoje.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Mais dor... Cap-06

<Bruno on>

Estávamos de boa curtindo a festa, estava me distraindo com o Liam e o Zadeh, gostava de fingir que fazia mágica para eles, isso os deixavam vidrados. (Titio charlatão, se eles soubessem) A noite estava indo muito bem, todos estávamos curtindo e jogando conversa fora quando ouvi uma certa falação e um inicio de discussão, e decidi ir ver o que estava acontecendo. Quando me aproximei vi um cara provavelmente o vinho, ele estava bastante alterado com o Kenji, me aproximei mais dele que já estava acompanhado dos caras, todos nos estávamos tentando amenizar as coisas, mas parecia que ele não queria papo. Vi uma moça tentando segura-lo, olhei bem o seu rosto, e era impossível não reconhecê-la, aqueles olhos, aquele rosto, era ela, a mulher do mercado, como ela era linda, e tinha uma voz suave, mesmo nervosa por tudo o que estava acontecendo. Ele a encarou e começou a gritar com ela, eu não poderia ficar simplesmente olhando ele gritar com ela, isso não e certo, e quando ele levantou a mão para estapeá-la eu não pude somente olhar, tive que me meter, e acabamos trocando alguns insultos que terminou em agressão física, ele achava que nos tínhamos um caso, ele e realmente muito idiota.

Os caras nos separaram, me afastando dele, enquanto o Dre e o Ryan o levaram a contra gosto para casa. Antes de entrar ela me olhou, eu a encarei seriamente, sinceramente, senti pena dela, ela não deve ter uma vida muito feliz ao lado deste homem, ele deve ser insuportável. Ela entrou e eu fui para casa do Kenji, por sorte o soco que ele me acertou foi mal colocado, e não chegou a me machucar, eles pensarão em não continuar a festa, mas ma realidade eu fiquei com receio de ir embora, ele acabar fazendo algo com ela, eu sei que não deveria me preocupar com ela, afinal nem a conheço, mas não sei o que senti ao vê-la, só sei que estou com receio dele por ela.

Ficamos mais algumas horas na casa, logicamente não no mesmo clima, mas trocamos algumas conversas. Estavam todos distraídos quando eu decidi pegar um bebida e ir pegar um ar no quintal, acho que eu realmente me preocupei com ela, e o por que eu não sei. Me peguei no quintal na lateral que dava para a sua casa, me escorei na parede e fiquei olhando fixamente para uma das janelas que estavam a meia luz, estava me sentindo confuso, ainda estava me perguntando por que eu me meti entre ela e o marido, eu não consigo me entender. Vi a luz se acender por completo, e uma sombra se projetar na parede, a sua sombra, com os seus lindos cabelos longos, ela apareceu na janela para fechar a cortina acho, e quando me viu pareceu ter paralisado, ficando estática assim como eu estava a observando, senti um no se formar na minha garganta, não sei explicar o porquê disso, como isso, só sei que senti uma enorme vontade de protegê-la. Do nada ela olhou para o lado e rapidamente fechou a cortina, daria qualquer coisa para saber o que ela estava sentindo neste momento, se estava com medo, triste, ou como eu, com um no inexplicável nó na garganta. Fui despertado dos meus pensamentos pelo Ryan dizendo que deveríamos ir embora, olhei no relógio e acabar de passar da meia noite, assenti positivamente, e antes de entrar olhei mais uma vez para a janela, e puder ver a sua silhueta se despindo, parei por mais uns segundos, e mesmo através da sombra consegui ver as suas formas perfeitas, como um homem teria coragem de ser grosseiro ou maltratar uma mulher tão bela. Dispersei estes pensamentos e segui para o interior da casa.

<Gabby>                                             *Musica*

 Depois de me despedi de todos, que e em seguida foram embora, me deixando sozinha com o Antonny fui tentar ajudá-lo, ele estava com a boca machucada devido ao soco que acabou levanto do rapaz, e como eu tenho a obrigação de cuidar do meu marido independente da burrada que ele faça “Na saúde ou na doença” fui tentar cuidar do ferimento em sua boca, pena que ele não queria ser cuidado.

-Sai daqui vadia, você não presta e nunca prestou!<dizia alto e bom som>

Eu so queria limpar o seu ferimento, mas a cada encostada que eu dava nele era um tapa que eu levava, nos braços nas mão para não encostar nele. Eu não queria deixa-lo de mão pois sabia que seria pra mim no dia seguinte, pois ele iria dizer que não tinha feito nada por ele. Eu não entedia o por que de todas esta agressividade comigo, eu troquei votos com ele, eu sou leal a ele sempre fui.

-Sua cachorra, idiota, já mandei você ir embora, sai da minha frente porra!

                

Senti um tapa muito forte estalar em meu rosto, eu so ouvia o estalar de suas mãos em minha pele, sua mão era quente, e muito ardente, e ela descia sobre o meu corpo sem pena, sem do, sem piedade. Eu queria gritar, queria impedi-lo de que continuasse a me agredir, ele não machucava somente a minha pele, ele machucava a minha alma, sentia a minha vida ser sugada a cada tapa, a cada soco sem piedade que levava, lembrava dos meus filhos, lembrei de cada aborto que sofri devido as suas agressões, a cada vida fruto do meu sangue que vi escorrer pelas minhas mãos em baixo daquele chuveiro, e penso que talvez tenha sido melhor assim, talvez eu não sirva para ser mãe, eu sou uma fraca que não tem capacidade nem de se defender, piorou um filho, ou 3.

Ao mesmo tempo em que me contorcia de dor, me corroía de ódio e raiva, sentia que nem o meu corpo e nem a minha alma aguentariam por muito tempo a toda esta tortura, e infelizmente eu não via muitos caminhos para mim, a não ser deixar ele me matar, ou morrer a míngua, eu não tinha forças para simplesmente dar um basta nele, ou simplesmente sair de casa, ate por que se saísse, para onde iria? Estava me sentindo vulnerável, um lixo, um brinquedo velho que você simplesmente coloca para fora de casa quando não quer mais, e deixa a mercê do tempo, da chuva, e do sol, ate ser levada embora para qualquer lugar, eu queria muito ser levada daqui, queria conseguir erguer a cabeça, e dar um rumo a minha vida sem medo, sem estes medos que me impedem de ser feliz. Isso se um dia eu serei feliz novamente... Se e que um dia eu fui feliz.

Depois que ele descontava a sua raiva, eu sempre estava no chão literalmente, o meu corpo doía, e as marcas vermelhas, e ate mesmo as feridas pelo meu corpo ardiam como fogo, ele sempre saia e me deixava pra trás, me deixava largada como um saco de lixo no meio do caminho. Reuni o pouco de forças que tinha, me levantei do chão e segui para o quarto, precisa de mais um banho, teria que encarar mais esta dor física, mas esta doía menos do que a minha alma doía agora.



Entrei no quarto e ele estava deitado na cama de barriga pra cima olhando para o teto, eu procurava não encará-lo, era o melhor que eu fazia. Passe direto e entrei no banheiro, ele tinha escondido as chaves de todas as portas interiores da casa para que eu não me escondesse dele em cômodo nenhum, então eu não podia trancar nem a porta do banheiro para tomar banho. Me olhei no espelho conterá a luz, observei cada marca deixada no meu corpo desta vez, era cada dia pior, com mais força e mais violência. Prendi o meu cabelo em o coque, e segui para a janela na intenção de fechar a cortina do banheiro, olhei pata o lado de fora, e i vi encarando a minha janela, ele estava olhando fixamente para mim, acho que ate dentro dos meus olhos se e que isso era possível, senti o meu corpo se arrepiar, um no se formar na minha garganta, um arrepio na minha espinha, o que era isso? Medo? Agonia? Confusão? Receio? Varias possíveis coisas passaram na minha cabeça, mas a única que me passava com mais força, era os seus olhos, como eles eram lindos e tinham o poder de hipnotizar qualquer mulher, este homem era um perigo para qualquer casamento, para qualquer mulher vulnerável. Por que ele me defendeu? Por que ele se meteu no meio do Tony e de mim, por que me proteger, eu não sou ninguém pra ele.

-Como e que e, você vai demorar muito ainda?<olhei em direção a porta e fechei a cortina rapidamente>... Acha que eu terminei com você?... Ainda te quero esta noite, você e a minha mulher, e tem o dever de me saciar!

-Eu já estou indo...

-E bom mesmo, e sem chororô!... Se você fica se insinuando para qualquer um na rua a ponto de ser defendida por ele, tem a obrigação de ser minha na hora, aonde, e como eu quiser!

-Claro!<disse deixando as lagrimas rolarem pelo meu rosto>